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Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024

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A Estatística e a Pandemia

Os números têm dificuldade em explicar a Pandemia, mesmo assim, vemos muitos "especialistas" com muita certeza sobre o tema

Marcelo Di Giuseppe
Por Marcelo Di Giuseppe
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A Estatística e a Pandemia
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Sou apenas um cientista social e político que há muitos anos trabalha diuturnamente com dados e estatística através da realização de pesquisa de opinião e, diante de tantas informações sobre a pandemia, resolvi tentar analisar esse momento tão complicado da nossa história.

Assistindo tantas pessoas indo à óbito, o primeiro ponto que eu quis entender foi o quanto a pandemia impactou a vida dos brasileiros.

Para isso, consultei o registro de óbitos oficiais e temos o seguinte quadro:

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ANO

POPULAÇÃO

ÓBITOS

DIF ANO ANT

%

2015

204.500.000

905.637

   

2016

206.200.000

1.027.923

122.286

13,5

2017

207.800.000

1.070.764

42.841

4,2

2018

209.500.000

1.198.920

128.156

12,0

2019

211.000.000

1.266.578

67.658

5,6

2020

211.700.000

1.455.725

189.147

14,9

 

Notamos na tabela acima que as maiores oscilações ocorreram nos anos de 2016, 2018 e 2020, todos anos  eleitorais, seria apenas uma coincidência? O destaque negativo, com o maior aumento, foi no ano de 2020, primeiro ano da pandemia. Por outro, se estávamos em pleno ano de pandemia, porque a diferença percentual não foi gritante, digna do impacto das medidas governamentais e do medo que passávamos?

Outro dado estranho é que, de acordo com os dados oficiais, em 2020 tivemos 194.978 óbitos por Covid. Se subtrairmos esse número dos 1.455.725 óbitos registrados seria a primeira vez na série histórica brasileira que teríamos redução comparativa ano a ano de óbitos no país. 

Que conclusão podemos tirar disso? Houve notificação a maior dos óbitos por Covid no Brasil em 2020? O fato das pessoas ficarem mais em casa, causou redução do número de óbitos no país?

Se os números oficiais apontam que o impacto em 2020 parece não ter ocorrido, não podemos dizer o mesmo de 2021! No comparativo de óbitos de janeiro a maio de cada ano, notamos um aumento absurdo de 42,2% em relação ao ano anterior.

 

ATÉ MAIO

ÓBITOS

QT

%

2015

370.337

   

2016

426.990

56.653

15,3

2017

426.551

-439

-0,1

2018

487.883

61.332

14,4

2019

519.777

31.894

6,5

2020

560.248

40.471

7,8

2021

796.714

236.466

42,2

 

Se em 2020 o Estado (Municípios, Estados e União) tivesse se preparado melhor, conseguiríamos ter menos óbitos em 2021? Talvez! Mas com que estratégias?

Em busca de entender o impacto das várias medidas tomadas, tentei entender o exemplo da cidade de Serrana/SP, com cerca de 50 mil habitantes que foi usada para testar a eficácia da Coronavac. Para mim, essa decisão foi acertada, afinal ciência se faz através de hipótese, tese e antítese e só assim para entendermos melhor a capacidade da vacina.

De acordo com os dados oficiais, Serrana tem hoje 190 óbitos por 100 mil habitantes, abaixo dos 240,2 óbitos por 100 mil habitantes do Brasil o que parece ser uma notícia boa.

Porém, quando comparamos com a cidade de Porto Feliz/SP, também com população próxima aos 50 mil habitantes, onde o seu prefeito (médico de profissão) apostou no tratamento precoce, surge uma dúvida, afinal, essa cidade tem 186 óbitos por 100 mil habitantes, abaixo dos 190 óbitos da cidade de Serrana.

Outros fatos me chamaram atenção!

A Dinamarca parou com a vacinação de sua população após algumas reações graves e apostou em testar em massa a população e hoje lota os estádios na Eurocopa. Isso deu resultado?

Resolvi ampliar o meu estudo comparando os dados disponibilizados nos sites World Meters e Our Data (Casos, Óbitos, Testes e Vacinas) de 201 países para avaliar se:

1.Os países que mais realizam TESTES são aqueles que têm menos CASOS?

2.Os países que mais realizam TESTES são aqueles que têm menos ÓBITOS?

3.Os países que mais VACINAM são aqueles que têm menos CASOS?

4.Os países que mais VACINAM são aqueles que têm menos ÓBITOS?

Para essa avaliação, realizei o estudo de Correlação de Pearson. Esse é um estudo estatístico específico para medir a relação entre duas variantes contínuas.

O coeficiente vai de Zero a UM, onde de 0,00 a 0,30 a correlação é considerada DESPREZÍVEL; 0,31 a 0,50 FRACA; 0,51 a 0,70 MODERADA; 0,71 a 0,90 FORTE e 0,91 a 1,00 MUITO FORTE.

Veja o resultado abaixo:

 

TEMA

CORRELAÇÃO

RESULTADO

(+) TESTES = (-) CASOS

0,39

FRACA

(+) TESTES = (-) ÓBITOS

0,21

DESPREZÍVEL

 

(+) VACINAS = (-) CASOS

0,57

MODERADA

(+) VACINAS = (-) ÓBITOS

0,35

FRACA

 

Tive casos leves e moderados (com internação!) em minha família, óbitos de pessoas muito próximas, me vacinei, previno a minha saúde e de minha família e vejo muita gente fazendo afirmações com muita certeza sobre um tema que me parece muito obscuro pelo menos para os números.

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Marcelo Di Giuseppe

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Marcelo Di Giuseppe

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