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O sofrimento psíquico da população mundial nunca foi tão grande e essa realidade também está presente no cotidiano dos mineiros. A condição provoca uma enorme busca por atendimento especializado para evitar complicações de saúde graves e resgatar o desejo por viver com tranquilidade e paz via autoconhecimento e bem-estar. No ano passado, os atendimentos nos centros de saúde mental em Belo Horizonte quase triplicaram, comparando com 2019, ano anterior à pandemia. No total, mais de 240 mil pessoas procuraram ajuda, contra 89 mil no fim da década passada, um assustador crescimento de 187%.
A estatística é decorrente de diferentes causas, e entre as principais, a PHD em neurociências, psicanalista e psicopedagoga, Ângela Mathylde Soares, cita os problemas familiares e no trabalho, sensações de infelicidade, ansiedade, desânimo, insônia e pânico - mesmo sem motivo aparente - assim como a vontade de compreender e conhecer melhor a si mesmo e pensamentos mais profundos que podem levar a descobertas surpreendentes.
É importante lembrar que, lamentavelmente, há alguns anos, os cuidados com a saúde mental ainda eram considerados um tabu, como um atendimento específico para pessoas “loucas”, sendo necessário um acompanhamento frequente, assim como medicamentos, para mantê-las sob controle.
Ângela recorda que algumas doenças, como a depressão, atualmente, considerada tão comum, eram vistas da mesma maneira pejorativa, devido ao pouco conhecimento por grande parte das pessoas sobre as causas, além de, claro, os efeitos, que podem ser poderosos e acabar com o futuro de qualquer pessoa convivendo com a condição.
Os cuidados com um psicanalista, psicólogo, psiquiatra e pedagogo, entre outros especialistas em saúde mental, são considerados de alto custo para muitos. Por outro lado, diversos centros de saúde em BH já têm o serviço gratuito e de qualidade, como os Centros de Referência de Saúde Mental (Cersams) e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) com um atendimento para devolver o bem-estar e qualidade de vida às pessoas.
Os cuidados com a saúde mental não são “frescura”. Basta conferir as estatísticas nacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o Brasil como o país mais ansioso do mundo, com aproximadamente 9,3% da população com o transtorno.
A depressão também assombra os brasileiros e não é à toa que a patologia é considerada o mal do século. A condição também é considerada um grave problema de saúde pública, deixando o país como o segundo mais depressivo da América (5,8%), atrás apenas dos Estados Unidos (5,9%).
A psicopedagoga destaca, “pais e professores devem estar atentos ao comportamento dos alunos durante a fase infantil, uma vez que determinados hábitos indicam uma necessidade maior de ajuda psicológica”. Afinal, quando mais cedo se descobre o que os aflige, por meio de análise para diagnóstico, se estabelece um tratamento personalizado para evitar comprometer o futuro, tornando o momento presente mais fácil, a partir do conhecimento e cuidado adequados, sem qualquer tipo de preconceito, apenas acolhimento.
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