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A caminhada ou corrida, mesmo que em distâncias curtas como um quilômetro, é um problema para centenas de brasileiros, devido à queixa de dor pelo esforço. O que não se sabe é que essa situação pode ser o sintoma de uma condição vascular indicadora de problemas de circulação e deve ser avaliada.
Quem tem claudicação intermitente reclama de dores, comparadas a câimbras ou fisgadas, consideradas intensas, tendendo a subir em direção às coxas e que atrapalham caminhar ou correr. O desconforto também pode ser sentido nas panturrilhas e pés, cujos dedos têm a tendência de adquirir uma coloração arroxeada e uma sensação gelada, pela baixa irrigação sanguínea. O incômodo pode sumir ao parar e repousar por alguns minutos.
O ato de caminhar aumenta a necessidade de oxigenação do músculo, que está baixa pelas obstruções que afetam o fluxo sanguíneo. Os motivos para o bloqueio costumam estar ligados a arteriosclerose, ou seja, o acúmulo de placas de gordura nas veias e artérias, deixando o percurso mais estreito e sobrecarregado. A doença arterial periférica está diretamente relacionada à arteriosclerose.
Geralmente, a claudicação ocorre nos membros inferiores, mas também é possível acontecer nos superiores, ao tentar movimentar o braço e sentir o desconforto. A situação ainda pode atingir o intestino, provocando dores, logo após se alimentar, porque o sangue não consegue circular de maneira adequada pelo sistema digestivo. Entretanto, os dois processos são considerados mais raros.
Em caso de suspeita, a recomendação é consultar um cirurgião vascular para análise. O diagnóstico é feito com exames como o ecodoppler para observar o fluxo sanguíneo, identificando variações no trajeto. O tratamento envolve o uso de medicamentos para melhorar a circulação. Casos mais graves indicam a necessidade de procedimento cirúrgico para desobstruir as veias, facilitando a passagem do sangue.
Quem tem claudicação intermitente deve também iniciar uma mudança de hábitos, adotando um estilo de vida mais saudável com alimentação e prática de atividade física. O consumo de cigarro nunca é recomendado, porque seus componentes afetam as paredes dos vasos.
*** Josualdo Euzébio Silva - Médico cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular
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