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Quando se pensa em saúde bucal, a primeira coisa que se associa é um sorriso bonito, com os dentes branquinhos e alinhados. Mas a saúde bucal vai muito além disso. A cavidade bucal é compreendida por várias estruturas, dentes, gengiva, músculos, ossos, articulações, vasos, nervos que formam um sistema complexo e muito bem integrado, que nos permite falar, mastigar, sorrir, expressar nossos sentimentos e sentir o gosto dos alimentos. Enfim, ela é a nossa principal comunicação com o meio externo. A maior demonstração recente de que a boca é um veículo transmissor de doenças foi a pandemia, quando fomos obrigados a usar máscaras faciais como uma ferramenta de proteção contra a COVID-19.
Não é exagero quando dizem que a saúde começa pela boca. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde bucal compreende um estado em que a pessoa está livre de dores, desconfortos e alterações na boca e na face, abrangendo as condições de câncer oral ou na garganta, infecções e ulcerações bucais, doenças e quaisquer distúrbios que possam afetar a qualidade de vida, impedindo que o paciente coma, sorria, fale ou se sinta socialmente confortável. A saúde bucal é um reflexo dos nossos hábitos alimentares e de higiene. Ingerir alimentos ricos em açúcares faz com que aumente o risco do surgimento de cáries e problemas da gengiva, as chamadas doenças periodontais, o que ainda pode ser potencializado se o indivíduo não higienizar a boca adequadamente, fazendo uso de escova e fio dental. Resíduos de alimentos que ficam retidos nos dentes e gengiva promovem um aumento do número de determinadas bactérias, responsáveis por doenças da gengiva e causadoras de mau hálito. Estudos já comprovaram o quanto a presença do mau hálito traz de perda de qualidade de vida, constrangimentos sociais e impacto no trabalho, ocasionando perda de produtividade, faltas, distúrbios emocionais e desencontros sociais.
A boca também pode ser um indicativo de inúmeras doenças sistêmicas que se manifestam através de algumas lesões na cavidade oral, por exemplo, algumas autoimunes, lúpus, pênfigo, entre outras. Muitas doenças da boca podem ter consequências na saúde geral do indivíduo. Por exemplo, doenças da gengiva, onde exista o sangramento gengival, podem ocasionar a entrada de bactérias da boca na corrente sanguínea e estas bactérias ficarem alojadas no coração, causando cardiopatias graves e até mesmo infarto. Indivíduos com diabetes e com doenças da gengiva podem ter o quadro do diabetes agravado e descompensado.
De acordo com a OMS, mais 3,5 bilhões de pessoas no mundo sofrem de doenças na boca, sendo a cárie e a doença periodontal (doença da gengiva e dos ossos que sustentam os dentes), as principais delas. A doença periodontal avançada leva à perda dos dentes, causando uma baixa autoestima, dificuldade de mastigar e digerir alimentos, com consequentes problemas gástricos.
Ainda de acordo com a OMS, o câncer de boca está entre os 20 mais frequentes tumores no mundo. Hábitos como fumar e ingerir bebidas alcoólicas aumentam e muito o risco da pessoa desenvolver câncer de boca.
E o que podemos fazer para se ter uma boa saúde bucal? A melhor maneira e mais econômica é sempre a prevenção para todas as doenças relacionadas à boca.
- Manter a boca sempre limpa, escovando os dentes com escova e fio dental, após a ingestão de alimentos e, principalmente, antes de dormir;
- Evitar e/ou diminuir a frequência de ingestão de alimentos ricos em açúcar (refrigerantes, doces, carboidratos), pois eles são os principais causadores de cárie, doença periodontal e responsáveis pelo aumento do número de bactérias causadoras de mau hálito;
- Dar preferência para alimentos naturais, ricos em fibras, frutas, verduras, legumes e evitar alimentos processados. A textura dos alimentos naturais faz com que toda a musculatura do sistema mastigatório trabalhe adequadamente, proporcionando um correto desenvolvimento de todas as estruturas associadas, inclusive as estruturas do sistema respiratório e musculatura facial. Enquanto que alimentos processados não precisam de esforço mastigatório, pois tendem a ser mais macios, não ocasionando o desenvolvimento necessário. O correto desenvolvimento de todo o sistema mastigatório previne também distúrbios das Articulações Temporomandibulares, os chamados distúrbios de ATM (estalidos, dores craniofaciais crônicas, zumbidos e crepitações).
- Ingerir bastante água, manter lábios hidratados e protegidos com protetores solares e evitar exposição prolongada ao sol ajuda a prevenir o aparecimento de lesões potencialmente malignas nos lábios.
- Não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas para prevenir/evitar o aparecimento de câncer de boca. E inspecionar sempre a toda a boca para ver se tem alguma ferida, mesmo que seja indolor. Toda ferida que apareça na boca e que não cicatrize dentro de 15 dias deve ser avaliada por um profissional especializado. A prevenção do câncer e o diagnóstico precoce ainda são o melhor tratamento. Visite um profissional especializado regularmente e faça seu autoexame da boca sempre!
No Dia Mundial da Saúde Bucal aproveitamos para lembrar da importância de manter uma boca saudável não só pelo bem-estar físico, pela qualidade de vida, prevenção a doenças, mas também pelo aspecto emocional, contribuindo para elevar a autoestima.
No IOU, na Unicamp, o paciente terá a oportunidade de ser assistido por equipe multiprofissional, integrada por representantes da medicina, odontologia, fonoaudiologia e enfermagem em um só local. Os profissionais farão desde a prevenção até tratamento de tumores de cabeça e pescoço que requerem o uso da mais alta tecnologia. O IOU está chegando para ajudar a transformar a saúde bucal!
Sobre Ana Dal Rio
Cirurgiã-dentista formada pela Universidade Estadual Paulista-UNESP.
Fellow na University College London
Doutorado pela Faculdade de Ciências Médicas/UNICAMP
Especialista em Odontologia Hospitalar
Especialista em Laserterapia
Cirurgiã-dentista do CECOM/UNICAMP
Cirurgiã-dentista coordenadora da área de faringoestomatologia do IOU/UNICAMP
Sobre o IOU
O Instituto de Otorrino & Cirurgia de Cabeça e Pescoço – IOU, a ser inaugurado no primeiro semestre de 2022, é a reestruturação e expansão da Divisão de Otorrinolaringologia, Cabeça e Pescoço do Hospital de Clínicas da Unicamp. O IOU, que já nasce um modelo nacional, prestará atendimento ao público do Sistema Único de Saúde (SUS) encaminhado pela Cross (Central de Regulação de Vagas e Ofertas e Serviços de Saúde) e também pacientes da saúde suplementar.
O prédio do IOU, que tem quatro pavimentos e 7 mil m2 construídos, deriva de investimento de R$ 65 milhões, recurso vindo de um Termo de Ajustamento de Conduta realizado pelo Ministério do Trabalho com a Shell – no maior acordo da história da Justiça do Trabalho quanto a indenização a trabalhadores e recuperação ao meio ambiente no município de Paulínia (SP) –, acrescidos de doações recebidas de empresas e pessoas físicas.
Sob coordenação do prof. titular da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Dr. Agrício Crespo, o IOU será referência em atendimento especializado no país e na América Latina.
Serão oferecidos no IOU consultas médicas e não médicas, cirurgias e exames diagnósticos, entre eles ultrassonografias, endoscopias, tomografias computadorizadas e exames radiológicos, tratamento e reabilitação do câncer de cabeça e pescoço, das vias respiratórias superiores, cuidado de crianças traqueostomizadas, doenças do equilíbrio, da surdez e distúrbios da voz e deglutição.
O projeto do IOU é singular no meio acadêmico e é voltado à formação de especialistas e à educação continuada, além do desenvolvimento de pesquisas e difusão de novos conhecimentos.
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