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Sexta-feira, 13 de Junho de 2025

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PRÉ-TESTE DE ESTUDO INTERNACIONAL PARA ANÁLISE DA QUALIDADE DO ENSINO INFANTIL PODE MUDAR REALIDADE NACIONAL

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PRÉ-TESTE DE ESTUDO INTERNACIONAL PARA ANÁLISE DA QUALIDADE DO ENSINO INFANTIL PODE MUDAR REALIDADE NACIONAL
Ângela Mathylde
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O nível da qualidade de ensino para os jovens já ultrapassou a preocupação nacional, se tornando global, uma vez que essa educação molda o futuro e também o mundo, influenciando a qualidade de vida e a capacidade de evolução.

Infelizmente, a realidade da educação brasileira ainda é preocupante, devido a vários fatores, mas, principalmente, pela própria qualidade em si e, mesmo o governo trabalhando constantemente para melhorar o sistema para adequar as necessidades com os resultados dessas pesquisas. 

A verdade é que existem alguns medidores nacionais para analisar esse processo, sendo que um dos mais famosos é internacional. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é responsável pela aplicação do Programa Internacional para Avaliação de Estudantes (PISA), o mais reconhecido.

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A proposta é simples, levantar indicadores para a discussão e implementação de melhorias na qualidade de ensino nos países participantes do projeto. A última edição, ocorrida em 2022, contou com 85 nações, avaliando o conhecimento estudantil em diversas áreas do ensino, para, posteriormente, divulgar os resultados em ranking.

Infelizmente, o desempenho brasileiro nesse levantamento não foi muito diferente dos anos anteriores, apontando que não existe uma evolução e nem, necessariamente, uma piora, ou seja, a sala de aula está estagnada. Pensando em fatores como a pandemia, situação que provocou consideráveis impactos no sistema de ensino, não é de todo, um mal resultado, mas a colocação é baixa, principalmente, se comparada aos países líderes. Afinal, alguns deles possuem investimentos consideravelmente menores, são menos desenvolvidos economicamente ou vivem em realidades próximas ao Brasil, contudo, conseguiram ganhar posições.

Entretanto, apesar de ser essencial para analisar a qualidade da educação, o Pisa apenas é ministrado para alunos com média de 15 anos de idade, ou seja, entre o 9° ano do Ensino Fundamental e o 1° do Ensino Médio, quase no fim do nível considerado básico. A lógica fez os responsáveis pelo projeto mudarem o foco para o momento em que a jornada estudantil se inicia, aquele em que a base de todos os anos seguintes é construída.

Agora, a proposta da OCDE é desenvolver um teste avaliativo das particularidades na primeira infância, correspondendo ao período de 0 a 6 anos de idade, fase com grande desenvolvimento infantil. O Brasil e mais sete países já participam do pré-teste, cujo início ainda será neste ano, prometendo ser a análise mais completa da educação infantil. 

Nos primeiros anos de vida, uma série de fatores ocorrem no corpo da criança, sendo que as estruturas e circuitos cerebrais passam a se fortalecer, garantindo a aquisição de capacidades. Por isso, é tão importante estimulá-las, contribuindo para o melhor desenvolvimento de funções cognitivas, como a memorização, atenção, planejamento, raciocínio e senso crítico. Tudo isso ocorre com práticas simples, apresentando regras básicas de vivência em sociedade, como o convívio em si, respeito, limites e controle de impulsos.

O estudo ainda avaliará como a desigualdade, considerando a falta de recursos e estrutura, influencia o crescimento e a capacidade de adquirir conhecimento e dominar habilidades. A verdade é que, durante a primeira fase, realizada ainda em 2018 ,na Inglaterra e nos Estados Unidos, foi possível identificar como o desenvolvimento de crianças em situação de pobreza foi visivelmente inferior nos aspectos cognitivos e emocionais, um atraso de até 12 meses em grupos de mesma faixa etária. 

É como se durante todo esse tempo, o cérebro houvesse parado de receber estímulos, diferente dos colegas ao redor, já apresentando uma desvantagem, que apesar de não parecer, tem chances de permanecer pela vida.

O Brasil terá muito a ganhar com essas informações, pois abrangerá redes públicas e privadas, junto de pais e professores, respondendo a questionários. Já os alunos, por serem muitos jovens, estarão participando de atividades em tablets, enquanto são acompanhados de especialistas. 

Os dados têm elevado potencial de facilitar o processo de descoberta de um dos principais problemas nacionais, a desigualdade social, propiciando que o sonho de conquistar uma vida mais igualitária e justa se torne cada vez mais próxima.

 *** Ângela Mathylde  Soares – Neurocientista, psicopedagoga e professora

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