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Guia do consumo do Whey Protein

Saiba tudo sobre a suplementação indicada para pessoas de todas as idades

Dr Shape
Por Dr Shape
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Guia do consumo do Whey Protein
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Quando se fala em suplemento alimentar, logo pensamos no Whey Protein. Mas porque ele é tão lembrado? Qual a sua importância? Pois bem, sua importância se dá pelo perfil de aminoácidos essenciais presentes em sua composição: histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Ou seja, o whey é composto por aminoácidos (tijolinhos que formam o nosso corpo) que não somos capazes de produzir, precisamos adquirir pela nossa alimentação.

Os aminoácidos que ingerimos são as substâncias que nosso organismo utiliza para produzir proteínas, o componente dos músculos, então, o Whey Protein é importante para quem tem objetivo de ganho de massa muscular e hipertrofia. Mas sua indicação não é restrita ao público de academia não! Nosso corpo, nossos tecidos estão sempre em plena renovação. O Whey Protein pode ser usado desde a infância, período de crescimento e desenvolvimento rápido, até o idoso. O idoso, por exemplo, apresenta dificuldades para atingir os níveis adequados de proteína diários por diversos fatores, que vão desde a dificuldade de mastigação, diminuição de enzimas digestórias a fatores socioeconômicos e familiares (Peruchi et al., 2017). Então, suplementá-lo com Whey Protein é uma alternativa estratégica em sua nutrição.

E do que é feito o Whey Protein? A matéria-prima para a fabricação do Whey Protein é o soro do leite. O leite é separado em coágulo (onde se encontra a caseína e a maior parte dos lipídios) e soro (onde ficam as proteínas, gordura em menor fração, lactose e água). As proteínas do soro do leite passam por filtração (ultrafiltração/microfiltração ou diafiltração), evaporação a vácuo e secagem por pulverização, formando pó concentrado ou isolado do soro de leite (Parnell, Wiens, Erdman, 2015).

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No mercado, estão disponíveis inúmeras marcas e denominações de Whey Protein: 100%, 3W, 5W, isolado, concentrado, hidrolisado, parcialmente hidrolisado, gourmet, palsma iowhey, entre outras. As opções são tantas que o consumidor fica perdido. Afinal quantos tipos de Whey existem? Qual é o melhor? Qual devo escolher? Calma é bem mais simples do que parece!

A maioria dessas denominações apenas estão diferenciando o método pelo qual a proteína do soro do leite foi processada pela indústria de alimentos. Na prática, podemos dizer que encontramos apenas dois tipos de Whey Protein, o concentrado e o isolado, e ambos pode aparecer na forma hidrolisada (Vasconcelo et al., 2018).

O Whey concentrado (WPC) – apresenta em torno de 18 a 20g de proteína, de 2g até 7g de lactose e de1 até 4g de gordura por porção.

O Whey Isolado (WPI) não tem gordura e é quase sem lactose (menos de 1g de lactose na porção). Apresenta entre 85% e 95% de proteína, é obtido por diafiltração, processo que filtra os compostos não proteicos na membrana de separação, apresentando um teor superior de proteínas ao Whey Protein concentrado (Smithers, 2008).

E o Whey hidrolisado (WPI) - que pode ser tanto o concentrado quanto isolado –passou por um processo de quebra da proteína em porções menores, os peptídeos. As proteínas são hidrolisadas visando à melhoria de suas propriedades nutricionais e funcionais. O comprimento da cadeia desses peptídeos influencia diretamente sua velocidade e taxa de absorção (Frenhani; Burini, 1999; Hinsberger; Sandhu, 2004).

Se o seu objetivo é ganho de massa muscular, o Whey isolado é mais indicado que o Whey concentrado, pois apresentará mais leucina livre. O ganho de massa muscular a partir do uso da proteína do soro do leite está relacionado com o perfil de aminoácidos, principalmente de Leucina, que tem associação no processo de ativação da iniciação da síntese proteica a partir do estímulo de uma proteína chamada mTOR (Peruchi et al., 2017; Silva, Souza, 2016).

Se o seu objetivo é aporte proteico, ou seja, atingir os níveis adequados de proteína/dia, você pode consumir o Whey concentrado com água, ou até mesmo em preparações culinárias. O Whey Protein pode ser utilizado em preparações de alimentos, pois associa o potencial nutricional aos aspectos físicos (como emulsão e capacidade de estabilização), melhorando características sensoriais (Soares et al., 2018).

No caso de um idoso ou paciente bariátrico, o Whey Protein isolado, que passou pelo processo de hidrólise, é o mais indicado, pois a proteína isolada e hidrolisada apresenta maior biodisponibilidade para o organismo que já apresenta alguma dificuldade de digestão e absorção.

A sarcopenia (perda de massa magra) é uma alteração extremamente prevalente em idosos devido ao aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias que podem estimular a perda de aminoácidos e incrementar a quebra de proteínas das fibras musculares. Além disso, o idoso apresenta atraso na síntese proteica muscular após estímulo anabólico e apresenta um mecanismo chamado de “resistência anabólica”. Isso significa que é necessária uma quantidade maior de proteínas ingeridas para ser atingida a mesma síntese proteica dos jovens (Peruchi et al., 2017). Então, a adoção de Whey Protein, diariamente, em doses individualizadas, é recomendada para o aporte proteico necessário para este perfil de paciente.

O Whey Protein também pode ser utilizado como estratégia nutricional para quem precisa eliminar alguns quilos. Sua ingestão associada à prática ou não de exercício físico tem mostrado benefícios além do favorecimento no ganho de força muscular. O alto teor de cálcio favorece a redução da gordura corporal e o aumento da densidade óssea mineral. Pode causar uma diferença no peso corporal associado à diminuição da massa gorda e diminuição da circunferência abdominal (Silva, Ramos, Cruz, 2021).

 

Referências bibliográficas:

FRENHANI, P.B.; BURINI, R.C. Mechanisms of absorption of amino acids and oligopeptides: control and implications in human diet therapy. Arq. Gastroenterol., v.36, n.4, p.227-237, 1999.

HINSBERGER, A.; SANDHU, B.K. Digestion and absorption. Curr. Paediatr., v.14, p.605-611, 2004.

Parnell, J.A.; Wiens, K.; Erdman, K.A. Evaluation of congruence among dietarysupplement use and motivation for supplementation in young, Canadian athletes. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Vol. 12. Num. 49, p. 1-10, 2015.

Peruchi, R. F. P.; Ruiz, K.; Marques, S. A.; Moreira, L. F. Suplementação nutricional em idosos(aminoácidos, proteínas, pufas, vitamina d ezinco) com ênfase em sarcopenia:uma revisão sistemática. Uningá Review, V.30,n.2,pp.61-69, Abr-Jun, 2017.

Smithers, G.W. Whey and whey proteins - From “gutter-to-gold”. International Dairy Journal. Vol. 18. Num. 7, p. 695-704, 2008.

Silva, P. R. P.; Ramos, G. L. P. A.; Cruz, A. G. Whey protein, um produto do soro de leite: efeitos em exercícios físicos. Alimentos: Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente – Vol. 2 – N. 1, 2021.

Soares, J.P.; Marques, G.A.; Magalhães, C.S.; Santos, A.B.; São José, J.F.B.; Silva, D.A; Silva, E.M.M. Efeito da adição de proteína do soro do leite como substituto do trigo na formulação de bolos sem adição de açúcar. Brazilian Journal of Food Technology. Vol. 21, p. 1-9, 2018.

Vasconcelo, Q. D. J. S.; Bachur, T. P. R.; Aragão, G. F. Whey protein: composição, usos e benefícios - uma revisão narrativa. European Journal of Physical Education and Sport Science. Vol. 4. Núm. 1, p. 1-11, 2018.

 

*Cintia dos Santos Moser é nutricionista na Dr. Shape.

 

Sobre a Dr. Shape

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FONTE/CRÉDITOS: Por Cintia dos Santos Moser, Nutricionista da Dr. Shape, Especialista em Nutrição Esportiva e Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos
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