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A venda de íris mobiliza brasileiros e provoca polêmica. Após centenas de pessoas venderem imagens da íris para a empresa proprietária do Chat GPT, os órgãos de segurança nacionais e os médicos oftalmologistas demonstram preocupação em relação à situação. A questão sobre a biometria da íris é considerada melhor que a digital, por uma série de razões. O método é bastante rápido, feito sem qualquer tipo de contato, diferentemente do dedo, sem precisar sujar com tinta ou encostar no leitor óptico.
A iniciativa é do projeto Worldcoin da empresa Open AI, já encontrado em diversos países como o Brasil, comprando a imagem da íris da população, pagando cerca de R$750 reais.
De acordo com a oftalmologista e diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Juliana Guimarães, a íris é a parte colorida do olho, facilmente identificada com a forma de um anel e a função de controlar a quantidade de luz entrando pelo globo ocular. Já a biometria, é definida como qualquer medida do corpo, feita com a intenção de identificar. O tipo biométrico mais tradicional é a impressão digital, cujas imagens dos dedos são capturadas. As imagens da íris funcionam da mesma forma, sendo uma identificação única para cada pessoa.
Ao longo dos anos e com o envelhecimento da população, os dedos perdem detalhes importantes, ou, estão sujeitos a sofrerem queimaduras e cortes, comprometendo o reconhecimento, enquanto no caso da íris, isso não acontece. Juliana explica que “a camada ocular não sofre alterações ao longo da vida, exceto, quando ocorre um acidente com uma cicatriz no olho. Contudo, esse tipo de ocorrência é considerado bastante raro”.
Como tudo na vida, a captura da íris também apresenta desvantagens, sobretudo, ligadas aos interesses das empresas em capturar esses dados. Dar a alguém a imagem da íris, significa dar sua impressão digital, ou até mesmo, o DNA, ou seja, todas as suas informações.
Assim como a impressão digital, as íris podem ser usadas para confirmar a presença de um determinado indivíduo em um local, identificar pessoas e, claro, servir como senha, desbloqueando aparelhos, como celulares, ou até mesmo, permitindo a entrada em locais de alta proteção, como cofres.
A grande preocupação de especialistas está relacionada ao vazamento de dados, quando informações pessoais importantes são expostas de maneira não autorizada na internet, caindo em mãos de desconhecidos, em locais obscuros da rede.
A situação permite fazer o que quiser com todas as identificações, à mercê de uma índole misteriosa que pode se aproveitar desses materiais para aceitar documentos e transações.
Até o momento, a estimativa é que mais de 500 mil brasileiros já venderam a imagem de seus olhos em São Paulo e poucos tiveram a preocupação de entender qual será o futuro dessas informações. Um mistério que, lamentavelmente, ainda pode demorar a ser revelado.
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