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A miopia é considerada a condição ocular mais comum no mundo, acometendo uma média de 2,6 bilhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) é que 25% dos brasileiros sejam diagnosticados com a miopia, mas, o que poucos sabem, é que essa patologia possui relação direta com o desenvolvimento do glaucoma.
A OMS revela que 1% a 2% da população mundial, acima dos 40 anos, convive com o glaucoma, representando cerca de 3 milhões de pessoas, sendo a patologia mundial que mais cega. A elevação das ocorrências de miopia aponta uma tendência que esses números também cresçam, principalmente, entre aqueles com um grau igual ou superior a cinco, sendo considerado um fator de alto risco para a condição.
A oftalmologista do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Paula Guimarães, explica que desde a pandemia, o número de pessoas diagnosticadas com miopia cresce consideravelmente no mundo. Dessa forma, diversos órgãos de saúde, como a Academia Americana de Oftalmologia (AAO), alertam que mais da metade da população do globo terá o distúrbio em 2050.
A miopia é um distúrbio refrativo que afeta a qualidade da visão para longe, em diferentes graus, do mais leve, que apenas retira a qualidade dos objetos, ao mais alto, em que, é praticamente impossível, identificar as formas e fazer as tarefas cotidianas sem óculos. Normalmente, a origem é genética, contudo, hábitos também influenciam o surgimento.
Um alerta importante é que a miopia não deve ser vista como inofensiva. Afinal, o alto grau está diretamente relacionado a uma das patologias mais graves da oftalmologia: o glaucoma.
Trata-se de uma doença que eleva a pressão intraocular, associada à tensão dos olhos e o humor aquoso, que deve circular por todo o olho. Quando essa circulação não acontece, as células sensoriais vão, aos poucos, morrendo e, consequentemente, a pressão no local aumenta. Existem 4 tipos diferentes, sendo o mais comum, conhecido como glaucoma crônico simples, correspondente a 80% dos casos. Vale lembrar que, assim como a miopia, a origem é, na maioria das vezes, genética.
A princípio, o glaucoma apresenta sintomas bastante silenciosos, até que a visão periférica passa a ser afetada, evoluindo aos poucos, envolvendo o campo visual. O risco está na perda completa da visão, porque o nervo óptico, que liga o olho ao cérebro, é acometido paulatinamente e, por isso, é necessário diagnosticar e tratar rapidamente.
O ambiente pequeno e o foco nos objetos próximos ao olhar, fazem com que o olho não use o foco à distância, deixando ainda mais debilitado, causando o desenvolvimento da miopia ou a elevação do grau. A baixa exposição à luz solar também possui influência, servindo como uma maneira de prevenção, principalmente, entre crianças.
Segundo Paula, o diagnóstico para o glaucoma inclui exames tradicionais para avaliar uma possível alteração do nervo óptico e medir o nível da pressão intraocular. O tratamento é feito com uso de colírios ou uma cirurgia para evitar a necessidade de aplicar a maioria dos medicamentos ou todos eles pelo resto da vida. É importante lembrar que a doença não possui cura, por isso, é indispensável manter o acompanhamento frequente.
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