A trombose é uma condição vascular séria, sobretudo, entre mulheres, grupo mais atingido pelo problema. A arquiteta Ana Júlia Pires, 27 anos, foi diagnosticada com coágulos nas veias do cérebro, após ter convulsão e ser internada.
A princípio, ela achou que estava sofrendo com labirintite, uma vez que sentiu muita tontura, dores na lombar e no pescoço. A investigação médica apontou uma trombose venosa cerebral.
O motivo foi o uso de anticoncepcionais, segundo os médicos. De acordo com o cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Josualdo Euzébio Silva, as mulheres sofrem uma série de alterações hormonais ao longo da vida, seja pelo período menstrual, gravidez ou menopausa, provocando mais risco entre os 20 e 40 anos. A combinação com a medicação hormonal aumenta esses riscos pela presença do estrogênio e progesterona, capazes de alterar a viscosidade do sangue.
A trombose é uma patologia definida pela formação de coágulos de sangue nas veias. Normalmente, a condição se desenvolve em membros inferiores, cuja circulação sanguínea é naturalmente mais lenta, porém, pode ocorrer em todo o corpo, causando um bloqueio parcial ou total dos vasos.
No caso da trombose venosa cerebral, Josualdo explica que além de bloquear o fluxo de sangue, o mesmo também provoca inchaço e, até mesmo, um tipo de Acidente Vascular Cerebral (AVC), chamado de isquêmico.
Ana Júlia teve uma série de sequelas, como o estrabismo súbito, corrimento nasal devido a uma fístula ocasionada pela pressão do trombo no crânio e perda de equilíbrio e da força, pelo longo período de internação, corrigidos apenas após fisioterapia. Vale recordar que o período de repouso é considerado mais um dos fatores de risco da condição, associada à genética, idade avançada, obesidade, determinadas doenças crônicas e tabagismo.
Um dos sérios problemas da trombose está no caráter silencioso. “A doença costuma dar sinais somente em estágio mais avançado, apresentando dores no local, inchaço e alterações na textura, coloração e temperatura da pele, dificultando o diagnóstico precoce, importante para evitar maiores gravidades, como a embolia pulmonar e o risco de morte”, afirma o angiologista.
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