Em tempos de pandemia, o período que passamos na frente das telas sem dúvida aumentou. Assistimos TV, ao mesmo tempo que usamos o laptop para trabalhar e ainda conferimos as mensagens no celular. Temos dados que mostram que 84% das pessoas que usam smatphones fazem multitarefas, ou seja, usam o celular como segunda tela enquanto assistem TV. Estudos recentes sequer conseguem estimar o “tempo de tela” ou “uso de tela”, tamanha a complexidade de medir esse parâmetro. Dados pré- pandemia mostram que em nosso tempo livre podemos passar diariamente em média 3,2 horas ao celular. Imagine pessoas que trabalham em frente às telas e no tempo livre continuam de alguma forma na frente delas? O desafio dos formuladores de produtos dermatológicos aumentou muito, pois a ciência já nos mostrou que as luzes emitidas por celulares, laptops, tablets e monitores podem enfraquecer as células da pele responsáveis por sintetizar colágeno e elastina. Esse enfraquecimento leva a uma menor produção das fibras de sustentação da pele e envelhecimento precoce. Pesquisadores franceses desenvolveram um equipamento que simula as radiações emitidas pelos equipamentos eletrônicos e comprovaram que as mitocôndrias, também conhecidas como usinas de energia das células da pele, sofrem degradação quando ficam em contato excessivo com essas luzes. Os radicais livres formados também aumentam e a pele fica mais inflamada, além de ocorrer aumento de enzimas que degradam o colágeno e elastina.
As manchas são outro agravante relacionado com a exposição excessiva às luzes de telas. As machas causadas por inflamação são potencializadas por esse tipo de luz. Pessoas que fazem procedimentos estéticos ou que tem acne inflamatória deveriam se proteger mais dessas luzes.
Também podemos considerar essas luzes como um risco para danos oxidativos ao DNA.
Desafio
O maior desafio é desenvolver produtos que possam proteger a pele contra essas luzes específicas. Basicamente as luzes que causam esse efeito são a azul, a vermelha e a verde e os protetores comuns, conhecidos como fotoprotetores geralmente não absorvem essas luzes. Já existem protetores solares que protegem, mas como convencer o consumidor a usar filtro solar dentro de casa?
Inovação
O pesquisador Lucas Portilho e sua equipe de formuladores em Campinas desenvolveu produtos que podem fornecer uma proteção extra contra os efeitos da luz de telas de equipamentos. O Sérum anti luz de telas usa tecnologias que protegem os fibroblastos da pele, garantindo uma proteção contra a degradação do colágeno e elastina. Além disso, o sérum minimiza os efeitos da luz de telas.
Origem
O sérum é formulado com diversos ativos, um deles é uma planta bastante utilizada na medicina tradicional Indiana por mais de 4000 anos. Conhecida por estimular o sistema imunológico, protege o corpo de inúmeras doenças. Cultivada no Oregon, Estados Unidos, contém moléculas capazes de proteger a pele contra os efeitos da luz e ainda proporciona efeito anti fadiga nos usuários do produto. O outro componente do sérum é o Raykami. Ele é obtido através de uma planta japonesa chamada Artemisia capillaris, proveniente do norte do Japão, mais especificamente na região de Shirakami, onde está localizada uma das últimas florestas primordiais do planeta. A riqueza das florestas primitivas é que elas permaneceram intocadas pela atividade humana de qualquer tipo. Esta planta tradicional japonesa é sempre cultivada de acordo com o método ancestral da região de Shirakami, que também está diretamente alinhada com as restrições atuais associadas à agricultura orgânica.
O produto já é uma realidade e faz mais sentido para o consumidor, pois é específico para ambientes indoor, “sabendo que usar protetor dentro de casa é um desperdício”, afirma Lucas Portilho, pois os protetores comuns tem matérias primas caras que servem pra absorver UVB e UVA, que são totalmente diferentes das radiações emitidas pelas telas.
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