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É possível observar cada vez mais crianças diagnosticadas com autismo. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, registrava uma média de diagnósticos de um a cada 110 crianças, em 2006, sendo que, atualmente, esse número é um para 36. O mês de abril, focado na conscientização sobre essa condição, é um período para divulgar e debater sobre os efeitos, que, inclusive, são perceptíveis, até mesmo, através da visão.
A dificuldade para olhar diretamente nos olhos é considerada um sinal inicial, podendo aparecer nos primeiros meses de vida. Conforme explica a oftalmologista diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Juliana Guimarães, o motivo está diretamente ligado a uma ativação incomum no sistema subcortical do cérebro, "área responsável por despertar a atração dos bebês por rostos familiares".
Devido a essa particularidade, os oftalmologistas buscam entender mais sobre os efeitos, assim como, formas de identificar a condição pelo olho. O método de rastreamento ocular, chamado de Eye Tracking, tem sido reconhecido como uma das alternativas para identificar o biomarcador precoce de autismo.
A proposta é através de indícios, como a incapacidade dos bebês focarem o olhar no rosto de um interlocutor, mensurar com rastreamento, garantindo um diagnóstico importante para intervenções, antes que os sintomas sejam irreversíveis.
Outra hipótese foi levantada pelo neurologista Ruben Jure, propondo que as alterações visuais no espectro estão relacionadas a disfunções no colículo superior, uma estrutura que integra estímulos visuais e direciona o foco de atenção. Segundo ele, as disfunções na estrutura culminam em sintomas visuais frequentes entre os portadores, como a sobrecarga sensorial, fotofobia, dificuldade para perceber movimentos e integração multissensorial alterada.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda tem fatores de origem desconhecidos, ligados à genética, sendo definido como um transtorno do neurodesenvolvimento da evolução atípica, causadora de alterações na capacidade de comunicação, interação e comportamentos, sinais bastante característicos.
De acordo com a PHD em neurociências, psicanalista e psicopedagoga, Ângela Mathylde Soares, alguns dos principais sintomas são o atraso na linguagem; movimentos repetitivos; não responder quando chamado; repetição de frases; falas sem sentido; comportamento rígido; isolamento social; exagero de interesses e a dificuldade para fazer contato visual, o que chama bastante atenção.
Vale recordar que o autismo não tem cura, mas, alguns de seus efeitos desconfortáveis podem ser trabalhados, melhorando a qualidade de vida. Os sintomas da ansiedade e hiperatividade podem ser medicados, porém, sempre com bastante cautela. Entretanto, uma alternativa oftalmológica, considerada promissora e de baixo risco, está nos filtros espectrais, ideia defendida pelo grupo de pesquisa Whittaker et al..
As pesquisas de oftalmologistas já apontaram que os filtros reduzem a sobrecarga visual, melhorando o conforto e, até mesmo, ampliando a capacidade de leitura e de expressões faciais, outra tribulação encontrada pelo grupo, comprometendo ainda mais a comunicação e interação com outras pessoas. Juliana esclarece que os filtros são usados em óculos ou lentes de contato, sendo definidos após uma análise minuciosa para identificar o tipo mais benéfico para cada caso.
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