O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) registra que, aproximadamente, 20% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de alteração visual, comprometendo o desempenho em sala de aula e o desenvolvimento. A atenção da família e dos professores ao comportamento infantil pode evitar essas situações.
O Conselho alerta que os problemas mais comuns são miopia, hipermetropia e astigmatismo, conhecidos como erros refrativos. O primeiro afeta a capacidade de enxergar objetos distantes, sendo cada vez mais frequente, uma vez que o excesso de tempo em frente a telas contribui para esse surgimento. Segundo a oftalmologista diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Juliana Guimarães, é crescente o número de estudantes reclamando da incapacidade de enxergar as informações no quadro. Para se ter uma ideia, um estudo publicado pelo “British Journal of Ophthalmology” estima que uma a cada três crianças tenha miopia.
Já a hipermetropia, apresenta efeito contrário à miopia, causando dificuldade para observar coisas próximas, enquanto as mais distantes, são vistas com clareza.
O astigmatismo compromete a nitidez para visualizar objetos próximos ou distantes, apresentando formas borradas.
A oftalmologista explica que outros sinais indicadores da existência de um problema ocular infantil estão no ato de se aproximar demais de livros e telas; apertar os olhos para ver algo distante; esfregar os olhos com frequência; fotofobia; desalinhamento ocular (estrabismo); olhos vermelhos; olhos lacrimejando e dores de cabeça frequentes.
É fundamental ainda manter outros cuidados diários, como controlar o período de exposição dos pequenos a telas e incentivar momentos ao ar livre, já que a luz solar é benéfica para o desenvolvimento ocular, desde que com proteção adequada, como o uso de óculos de sol e boné.
Juliana ainda recorda que a Síndrome de Irlen também requer cuidados, pois ainda é bastante desconhecida e confundida com dislexia. A condição causa dificuldades de leitura pelas alterações oculares, diferente da dislexia, considerada um transtorno de aprendizagem de origem cerebral, afetando outras habilidades, como por exemplo, a audição e a capacidade de desenvolver a fala e escrita, seja pela pronúncia ou escrita errada. Muitas crianças não reclamam dessa condição, uma vez que não possuem conhecimento sobre ela e nunca enxergaram de maneira diferente.
A recomendação médica é que pais e responsáveis tenham atenção aos indícios e consultem um oftalmologista. Óculos de grau, lentes de contato e até cirurgias são indicados, dependendo das características do caso.
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