Participe do nosso grupo no WhatsApp
Siga-nos no Instagram
O autismo e seus efeitos nunca foram tão discutidos pela sociedade. O mês mundial de conscientização com o Abril Azul chega para alertar as pessoas sobre os sintomas, inclusão e a respeitar diferenças com dois milhões de brasileiros portadores, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) decorre de problemas no neurodesenvolvimento, devido a uma evolução atípica, afetando a capacidade de comunicação, interação, provocando comportamentos padronizados e repetitivos.
A PHD em neurociências, psicanalista e psicopedagoga, Ângela Mathylde Soares, explica que o TEA apresenta três níveis de gravidade, leve, moderada e severa, indicando a necessidade de suporte. A intenção é trabalhar as habilidades, envolvendo terapias ocupacionais, comportamentais, fonoaudiólogo, planos de educação e dispositivos de comunicação aumentativa e alternativa, de acordo com a demanda de cada caso.
É mais comum crianças serem diagnosticadas, por volta dos três anos de idade. A capacitação dos professores contribui muito para essa descoberta precoce com a observação de comportamentos, como a dificuldade de contato visual; atraso na linguagem; não responder quando chamado; movimentos repetitivos; repetição de frases; falas sem sentido; isolamento social; comportamento rígido e exagero em interesses.
Segundo Ângela, a descoberta precoce permite aos pais procurarem por ajuda rapidamente, e os profissionais, quer seja no consultório ou em ambiente escolar, terem mais tempo e outros métodos para trabalhar o desenvolvimento das habilidades da criança, preparando-as para o futuro.
Contudo, muitas pessoas não tiveram a mesma oportunidade. Seja pelo preconceito ou pelo desconhecimento, diversos brasileiros têm descoberto possuírem a condição já na fase adulta, ao decidirem procurar por um psicólogo. A informação pode ser bastante confusa, como também, explicar alguns comportamentos, significando uma virada de chave para o autoconhecimento. Ângela afirma que, normalmente, “casos do tipo são mais leves e apresentam poucos sinais ao longo do crescimento”.
É preciso entender que o espectro não impede os indivíduos de conquistarem independência, trabalharem e construírem famílias e, até mesmo, aqueles com grau severo podem atuar no mercado profissional, tendo seus direitos assegurados na Constituição desde 2012.
Entretanto, a realidade ainda é distante de uma sociedade inclusiva, já que, mesmo com os incentivos à contratação de pessoas com deficiência, a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é que 85% do grupo esteja fora do mercado de trabalho, reforçando a importância de projetos de conscientização social.
Comentários: