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A atenção à saúde ocular é essencial, sobretudo, quando existem casos de doenças familiares e com o avanço da idade, ampliando a probabilidade de problemas na visão, como a catarata, considerada o único tipo mundial de cegueira reversível. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, aproximadamente, 51% dos casos de cegueira estejam ligados à essa condição e, no Brasil, aproximadamente 550 mil pessoas recebem esse diagnóstico, anualmente, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO).
A oftalmologista do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Paula Guimarães, explica que a catarata ficou ainda mais frequente nos últimos anos com a elevação da expectativa de vida e o consequente envelhecimento. A longevidade é um indício que qualquer pessoa apresentará catarata, um dia, desde que viva bastante. Contudo, existem outros motivos para o desenvolvimento da patologia, como longos períodos de exposição ao sol, sem a devida proteção ocular, diabetes, obesidade, alta pressão arterial, consumo excessivo de álcool, o hábito de fumar e, claro, a hereditariedade.
A catarata congênita é rara, encontrada em um ou ambos os olhos de recém-nascidos. A prevenção acontece através da vacinação da mãe para rubéola, antes de engravidar, assim como o acompanhamento adequado durante o pré-natal.
A doença decorre do envelhecimento do cristalino, a lente frontal do olho com a função de focalizar a luz na retina, permitindo a formação das imagens. Aos poucos, a camada passa a se tornar opaca, esbranquiçada, levando à cegueira definitiva, caso não tratada a tempo.
A evolução da catarata é considerada lenta e existem diferentes sinais, como a visão desfocada, nublada e dupla, sensibilidade à luz (principalmente a do sol), halos ao redor das luzes, visão noturna fraca, cores amareladas e problemas para distingui-las, dificuldade para dirigir, ler, andar, diminuição da visão periférica e a necessidade de alterar o grau dos óculos frequentemente.
Além disso, vale salientar que notar os olhos esbranquiçados, nem sempre, é sinal de catarata. A doença causa opacidade, contudo, às vezes, não é visível e, o branco, pode, na verdade, se tratar de um arco senil, comum da idade e ligado a outros fatores, como colesterol alto, síndromes metabólicas e doenças hereditárias.
De acordo com Paula, o diagnóstico é feito em consultório com exame regular de análise ocular e, após a confirmação, a cirurgia é indicada. A intervenção é considerada uma das etapas mais importantes, envolvendo definição do tipo de lente intraocular, entre médico e paciente, uma vez que deve estar de acordo com as características oculares, as necessidades diárias, obrigações e hobbies do paciente. A escolha é essencial, porém, é constantemente ignorada pelos profissionais, provocando reclamações posteriores.
O processo substitui a lente original do olho por uma artificial com um pequeno corte à laser, fragmentando o cristalino, aspirando e, posteriormente, implantando a nova lente. Geralmente, a cirurgia dura cerca de 20 minutos e não costuma precisar de pontos. Vale alertar que, apesar da crença popular, a condição não precisa estar em um nível já avançado para ser corrigida. Grande parte dos profissionais prefere trabalhar com a catarata ainda em estágio inicial, pois está mole, sendo menos resistente e facilitando a remoção.
Uma novidade interessante que, pouca gente sabe, está nas outras alterações oculares que também podem ser corrigidas juntamente com a cirurgia de catarata, evitando passar pelo procedimento repetidas vezes, mesmo que seja bastante simples. Paula afirma que a miopia é a mais procurada, no entanto, deve-se ter atenção a fatores considerados de risco, sempre conversando com o oftalmologista, principalmente, quem tem um grau alto, superior a seis.
A recomendação está em manter consultas oftalmológicas periódicas para um melhor acompanhamento da saúde ocular. A frequência permite a descoberta precoce de patologias, inclusive as mais graves, além da catarata, como o glaucoma, o principal tipo mundial de cegueira não reversível.
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