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As tarifas impostas pelo governo de Donald Trump à China e aos maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos – Canadá e México – afeta de maneira relevante o comércio global, mas podem abrir boas oportunidades para o Brasil, observa Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Nosso país deve preparar-se para enfrentar eventuais impactos dessas medidas e buscar formas de aproveitar as brechas no mercado internacional”, ressalta.
“O aumento das tarifas norte-americanas sobre produtos da China, Canadá e México e as medidas de retaliação que eles anunciaram podem tornar o Brasil um fornecedor mais competitivo (além de confiável) para todos esses mercados, em especial se não tivermos o agravamento de barreiras tributárias e não alfandegárias”, frisa o presidente do Ciesp, explicando: “É natural que essas nações busquem diversificar suas cadeias de suprimento. Neste aspecto, podemos fornecer quase tudo o que precisam”. A China, em particular, tende a ampliar suas importações de produtos brasileiros, como soja, carne e minério de ferro.
Outro fator que pode favorecer o Brasil, segundo Cervone, é a entrada em vigor, em termos práticos, do acordo entre Mercosul e União Europeia, que prevê a redução gradual de tarifas entre os blocos. “Isso tornará nossos produtos mais competitivos no mercado do Velho Continente, compensando eventuais perdas no comércio com os Estados Unidos, caso Trump também majore a taxação referente às nossas exportações”. Ademais, o tratado pode fortalecer a indústria brasileira, estimulando investimentos e aumentando a participação do País no comércio global.
Cabe lembrar, ainda, que o agravamento das relações comerciais entre os Estados Unidos e a China também abre oportunidade para substituição de importações nesses países, inclusive na região de Araraquara. Nesse contexto, o Brasil pode ganhar participação.
Por outro lado, a escalada protecionista de Trump pode resultar em um desvio de comércio, afetando a competitividade das exportações brasileiras como um todo, além das regionais. “Um exemplo é a entrada em vigor, no último dia 12 de março, das tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio, que afetarão as metalúrgicas que negociam com o exterior”, ressalta Bruno Franco Naddeo, diretor titular do Ciesp Araraquara.
Vale ressaltar também que, atualmente, os norte-americanos já aplicam pelo menos 15 medidas de defesa comercial contra o Brasil.
Apoio às empresas
Para reduzir esses riscos, estudo apresentado durante recente reunião de diretoria do Ciesp destaca a importância da colaboração entre o empresariado e as autoridades brasileiras. O objetivo é viabilizar o uso de instrumentos de defesa comercial, como o aprimoramento do regime de Licenças Não Automáticas (LNAs), para minimizar o impacto no setor produtivo nacional de práticas desleais de comércio.
Desenvolvido pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, o estudo ressalta que a autossuficiência energética dos Estados Unidos conferiu ao Governo Trump maior liberdade para priorizar a produção interna em detrimento do comércio internacional. A desregulamentação econômica e a revisão de compromissos ambientais também contribuem para a adoção de uma política comercial mais agressiva.
Diante desse cenário, uma das sugestões do estudo do Derex é a criação de um sistema documental que auxilie o governo brasileiro na formulação de respostas rápidas a eventuais processos ilegítimos abertos pelo Departamento de Comércio norte-americano na Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, destaca-se a necessidade de sensibilizar o Ministério das Relações Exteriores para reforçar a atuação em medidas de defesa comercial.
Vale lembrar que Brasil e Estados Unidos celebraram 200 anos de relações diplomáticas em 2024 e que o estoque de capital norte-americano no País dobrou na última década. “No entanto, historicamente, temos registrado déficits comerciais em produtos manufaturados no comércio bilateral, o que reforça o fato de que o Brasil não representa risco e, sim, oportunidades para os Estados Unidos. Isso mostra a importância de uma estratégia bem-estruturada para que ambas as economias cresçam de maneira sustentável, sinérgica e em longo prazo”, pondera Cervone.
A estratégia inclui também o serviço de assessoria de imprensa do Grupo Inca. Desta maneira, as ações de divulgação das vagas de emprego abertas ficam completas.
A assessoria trabalhará sugestões de pautas na mídia regional focadas nas oportunidades disponíveis. Esse tipo de conteúdo é bem aceito pelos veículos de comunicação e, aliado ao relacionamento dos assessores com os jornalistas, certamente conquistará espaços importantes nas cidades prioritárias.
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