Excelentíssimo Sr. ex-ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello,
Saúdo Vossa Excelência e estimo melhoras da desinteria que impossibilitou seu depoimento no último 5 de maio, na CPI da Covid. Aconselho-vos a não se preocupar com isso, ex-ministro, afinal, as diarréias fazem parte dos momentos importantes deste país, haja visto o episódio da Independência do Brasil. Não quero, no entanto, me ater a assuntos escatológicos. Venho, por meio desta, falar algumas coisas do fundo do meu coração que acredito serem importantes para o senhor.
Ao longo da última semana, fiquei pensando no que poderia dizer. Longe de mim querer achincalhar Vossa Excelência, afinal de contas, não se chuta cachorro morto, não é? O que eu venho compartilhar são conselhos, que não são meus, e sim de grandes pensadores, como Lévi-Strauss, Voltaire, Foucault e Baudrillard.
Contudo, como grande fã de Vossa Excelência, resolvi seguir seu exemplo e fazer o mesmo que o senhor pretende fazer no seu depoimento na CPI da Covid marcado para esta semana: ficar em silêncio.
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Bem, Sr. ex-ministro, se Vossa Excelência chegou até aqui, deve ter percebido que é muito ruim presenciar uma situação na qual a pessoa que tem oportunidade de atingir grandes públicos com sua fala, abrir mão disso, não é? Pois então, é justamente esse o sentimento de milhões de brasileiros ante o seu provável silêncio durante a CPI da Covid.
Por fim, General, peço a Vossa Excelência que honre as calças que usa e não se comporte como um moleque, fazendo milhões de brasileiros de palhaço. O número que o senhor apresentou em seu picadeiro - que, na realidade, se chama Ministério da Saúde - causou grandes estragos. Não precisamos de mais tragédias.
Atenciosamente,
Lucas Lanna Resende
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