As pessoas com diabetes são classificadas como grupo de risco para a Covid-19, mas você sabia que elas têm o mesmo risco de contrair a Covid-19 de quem não tem a doença?
Então qual o problema?
Vamos desde o começo: a diabetes é uma doença crônica, caracterizada pelo aumento da glicemia (açúcar) no sangue - seja por deficiência total ou parcial da insulina. A insulina é o hormônio responsável por transportar a glicose que vem dos alimentos para dentro da célula, gerando energia. Sem a insulina, há excesso de açúcar no sangue.
Assim, quando um diabético contrai a Covid-19, ele é mais propenso a apresentar maior gravidade – diferentemente daqueles que não têm condições crônicas, que tendem a apresentar sintomas leves e ter uma recuperação breve.
Isso acontece porque a resposta imunológica de quem tem diabetes pode sofrer alterações causadas pelo excesso de açúcar no sangue como: desequilíbrio no metabolismo, fazendo com que a autoproteção do corpo (imunidade)seja prejudicada, um aumento de complicações pulmonares, um aumento de chance de aparecer trombos ou coágulos (interferência no fator de coagulação.
Em um contexto normal, a pessoa com diabetes tem maior risco de apresentar alterações a longo prazo em órgãos como coração e rins por conta da alteração glicêmica. Quando associado à obesidade, hipertensão e dislipidemias, agrava ainda mais a infecção pelo coronavírus.
Outro fator importante a ser destacado é o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas com diabetes, pois estas pessoas estão mais propensas a aumentar os níveis de ansiedade neste momento.
Em uma ocasião como esta, é fundamental fazer um controle mais intenso da glicemia, para evitar a descompensação metabólica e complicações mais graves caso o paciente seja infectado com SARS-COV-2.
Compartilho algumas dicas do Primary Care Diabetes Society para o “Aconselhamento geral para o gerenciamento de diabetes durante doenças intercorrentes”:
- Aconselha-se a aumentar a monitorização da glicemia sanguínea, se a pessoa tiver acesso a ela;
- Medicamentos para diabetes (sulfonilureias e doses de insulina) podem precisar ser aumentados temporariamente durante a doença para gerenciar esses níveis elevados de glicose.
- NUNCA interrompa o uso de insulina ou medicamentos via oral;
- As doses de insulina podem precisar ser aumentadas durante a doença, especialmente se as cetonas estão presentes.
- Garanta que a pessoa mantenha a hidratação e a ingestão adequada de carboidratos;
- Se a pessoa não puder comer ou estiver vomitando, recomenda-se substituir as refeições por fluidos açucarados a fim de evitar hipoglicemias;
- Se os níveis de glicose no sangue estiverem altos, mantenha a ingestão de líquidos sem açúcar (água);
- Se os níveis de glicose no sangue estiverem baixos, incentive a ingestão regular de líquidos com açúcar.
- No diabetes tipo 1, recomenda-se checar cetonas a cada 4-6 horas; Se o resultado for positivo, verifique a cada 2 horas;
- Administre doses extras de insulina de ação rápida (além das doses regulares) com base em dose total diária de insulina se houver cetonas – e orienta o leitor a consultar um algoritmo de correções apresentado no texto;
- Aconselhe a pessoa a beber bastante água para manter a hidratação a fim de evitar cetonas.
- Garantir que os pacientes tenham suprimentos adequados da sua medicação, insulina, etc;
- Garantir que os pacientes tenham um suprimento aumentado de equipamentos de monitorização neste período (aparelhos, tiras), incluindo tiras e aparelho de cetona
Após um ano de pandemia nos vemos num momento de pico, com agravamento da doença em jovens e idosos. É de extrema importância reforçar os cuidados e o isolamento social, para prevenir a contaminação e a propagação da doença. Lembre-se dos cuidados para evitar a infecção:
- Ficar em casa se possível
- Usar máscara caso seja necessário sair de casa
- Usar álcool em gel
- Realizar higiene e lavagem de mãos com sabão com maior frequência
- Manter o distanciamento social
Prevenção é a melhor opção, portanto, se puder, Fique em Casa!
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