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Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2024

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O favoritismo de Bolsonaro

Apesar de aparecer sempre atrás de Lula nas pesquisas, Bolsonaro

Marcelo Di Giuseppe
Por Marcelo Di Giuseppe
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O favoritismo de Bolsonaro
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Conversado com agentes políticos com ou sem mandato de Brasília pude perceber que a grande maioria deles entende que o ex-presidente Lula vencerá as eleições em outubro de 2022. A única dúvida que resta, portanto, é se a vitória virá no 1º ou no 2º turno.

A liderança constante nas pesquisas eleitorais divulgadas, as alianças que o PT vem realizando com grande parte dos partidos e políticos brasileiros, o carinho dos grandes empresários e do setor econômico do país dá a campanha do ex-presidente a impressão de muita força eleitoral, o que acaba, de certa forma, contrastando com a sua ausência diante dos eleitores nas ruas.

Talvez eu seja o único técnico em pesquisa que avalia esse cenário de forma totalmente diferente. Creio que isso ocorra, pois enquanto muitas pessoas analisam os cenários políticos com o coração, de forma torcedora, eu prefiro focar minha atenção nos números de nossas pesquisas e os recados subliminares que eles emitem.

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Para mim, o peso do tal “datapovo” tão defendido pelo Bolsonarismo é irrelevante! Porém, ele é um indicativo do que venho falando há um bom tempo. Bolsonaro tem eleitores mais convictos, com menos potencial de se abster no dia das eleições e a sua militância pode, de certa forma, convencer alguns eleitores menos politizados de que ele seria a melhor opção.

Venho pedindo a atenção das pessoas aos números das pesquisas! Enquanto cerca de 10% a 15% dizem anular o voto ou não saber em que irá votar, os outros 85% a 90% escolhem um candidato. Esse é um dado totalmente falso, afinal, sabemos que, historicamente, 30% dos eleitores não irão votar no dia 2 de outubro e nossos estudos provam que boa parte desse grupo está hoje votando em Lula.

Outro ponto muito favorável a Bolsonaro detectado em nossos estudos é com relação aos hábitos de consumo de mídia dos eleitores para o assunto política. 52% dos eleitores afirmam se informar sobre esse tema através da televisão, onde todos nós sabemos não ser o local que Bolsonaro tem o melhor trânsito. As redes sociais, tão defendida por Bolsonaro, têm peso bem menor: apenas 24% se informam sobre política através desse canal.

Com o início da campanha eleitoral, Bolsonaro terá a oportunidade de estar pela primeira vez em horário nobre de forma positiva, sem ser interpelado, mostrando as realizações de seu governo e tentando melhorar a sua imagem em relação aos problemas econômicos e a pandemia.

O eleitor médio está sempre muito distante do assunto política! Em uma cidade com 10 mil eleitores, por exemplo, é de certa forma muito natural que mais de 80% da população tenha dificuldade em indicar uma obra ou ação de um prefeito! Imagine você para o governo de Bolsonaro que insiste em tratar as redes sociais como canal de comunicação principal com os eleitores.

Enfim, apesar de sua rejeição estar muito alta nesse momento, o único dos candidatos que tem capacidade de melhorar a sua situação eleitoral é o próprio presidente e Lula, sim, ele já está no seu patamar mais alto e a tendência é que aos poucos comece a ter desgastes e caia alguns pontos.

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