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O que leva uma pessoa a flertar com o nazismo?

Somente em junho de 2020, foram removidas da internet 7,8 mil páginas neonazistas

Lucas Lanna Resende
Por Lucas Lanna Resende
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O que leva uma pessoa a flertar com o nazismo?
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Alarmado com a escala neonazista pelo mundo, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, declarou em janeiro deste ano, ao instar a criação de uma aliança global contra o crescimento e o alastramento do neonazismo, da supremacia branca e dos discursos de ódio; que, “tragicamente, depois de décadas nas sombras, os neonazistas e suas ideias agora estão ganhando popularidade”. 

O Brasil, por sua vez, embora alheio a práticas civilizatórias de outras nações, observou de perto o crescimento das células neonazistas e acabou por seguir na mesma direção - somente em junho de 2020, foram removidas da internet 7,8 mil páginas que difundiam os ideais nazistas, de acordo com a ONG Safernet. Para mais, os inquéritos da Polícia Federal que investigavam esse tipo de crime, que não passavam de 20 por ano até 2019, subiram para 110 em 2020, conforme apontou a agência de notícias do Senado. E, nos cinco primeiros meses de 2021, já haviam sido registradas 36 ocorrências.

Há quem atribua essa escalada ao presidente Jair Bolsonaro, afinal o ex-capitão do Exército flertou abertamente com o nazismo pelo menos sete vezes. A primeira delas foi em 1998, quando Bolsonaro, ainda deputado federal pelo Rio de Janeiro, defendeu alunos do Colégio Militar de Porto Alegre que escolheram Hitler como o personagem histórico que mais admiravam. Na ocasião, ele disse não concordar com as atrocidades do líder nazista, mas afirmou que o alemão soube impor a ordem e a disciplina.

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Já em 2004, um site neonazista publicou uma carta de Bolsonaro e não foi rechaçado pelo então deputado. Em 2015, por sua vez, o atual presidente do Brasil posou para uma foto ao lado de um homem que estava vestido de Hitler. E, em 2018, escolheu o lema “Brasil acima de tudo” para sua campanha, mote que muito se assemelha ao slogan nazista que dizia “Alemanha acima de tudo”. 

Como presidente, Bolsonaro nomeou um secretário de cultura que, em um vídeo produzido com dinheiro público, plagiou o ministro da propaganda de Hitler; veiculou pela Secretaria de Comunicação da Presidência o termo “O trabalho liberta” - que, em um primeiro momento pode parecer genérico, mas era a frase inscrita na entrada de quase todos os campos de concentração de judeus -; e ainda recebeu, fora da agenda oficial, a deputada alemã Beatrix von Storch, vice-líder do partido de ultradireita AfD e neta do ministro das Finanças de Hitler, para conversar sobre os rumos do “conservadorismo”.

Todas essas atitudes, afirmam  especialistas em antropologia e psicanálise, serviram para legitimar e incentivar os neonazistas, que, antes, tinham medo de expor seus ideais criminosos, afinal “veicular símbolos” do nazismo “para fins de divulgação” é crime prescrito pela lei federal 7.716/89.

Além disso, não deve ser surpresa a presença dos ideais nazistas no Brasil. Durante o final da década de 1920 e início da de 1930, o país foi a sede da maior filial do Partido Nazista da Alemanha. No entanto, a relutância dos brasileiros em encarar a própria história deixa brechas para o reaparecimento de algumas aberrações.

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