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O diagnóstico de um câncer é sempre bastante assustador, principalmente quando esse tipo atinge crianças, como o retinoblastoma, considerado raro, mas sempre perigoso.
O retinoblastoma acomete a retina e, de acordo com o Ministério da Saúde, representa cerca de 3% dos casos dos cânceres infantis, com uma média de 400 diagnósticos por ano, sendo o tipo de tumor que atinge o globo ocular mais comum neste grupo. A origem está ligada a fatores genéticos e até 50% das crianças diagnosticadas podem passar a mutação aos descendentes.
A oftalmologista do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Paula Guimarães, explica que a condição é mais frequente em crianças de 3 a 5 anos de idade e apresenta diferentes categorias. A primeira e mais popular é a unilateral, representando entre 60% e 75% dos casos e, como o nome indica, afeta apenas um dos olhos. A outra ocorrência é chamada de bilateral, comprometendo os dois olhos, mais fácil de ser identificado. A última é o retinoblastoma trilateral, afetando crianças com o tipo bilateral, de caráter hereditário. O desenvolvimento acontece através de um tumor associado, formando células nervosas primitivas do cérebro.
O caso brasileiro de retinoblastoma mais conhecido é o da filha do jornalista e apresentador Tiago Leifert, descoberto no segundo semestre de 2021, quando Lua tinha menos de um ano. De caráter bilateral, atualmente, ela possui três anos, está bem e continua em tratamento, mas segundo o pai, vive uma vida normal, dentro do possível, frequentando a escola.
O retinoblastoma tem cura e o diagnóstico rápido e assertivo contribui para essa probabilidade, chegando até a 90%, se realizado precocemente. O Ministério da Saúde aponta que até 50% dos casos descobertos no país acontecem de maneira tardia, reduzindo as chances de cura.
A doença provoca um efeito chamado “olho de gato”, com aparência brilhante e esbranquiçada, cuja manifestação é percebida, principalmente, ao tirar fotos com flash. Outros sinais são o tremor dos olhos, estrabismo, olho preguiçoso, globo ocular maior que o normal, dor e a redução da visão.
O diagnóstico acontece em consultório, analisando do fundo do olho e pedidos de exames complementares, como a ultrassonografia ou ressonância magnética. De acordo com Paula, o diagnóstico varia conforme o tipo e grau de avanço, mas as alternativas mais usadas são a laserterapia, crioterapia, quimioterapia e radioterapia, podendo ser combinadas. Em ocorrências graves, a solução pode ser a retirada do globo ocular para impedir o avanço do tumor.
O retinoblastoma deve ser levado à sério, uma vez que impede enxergar corretamente, sendo necessário atenção às fotos e vídeos das crianças, assim como, manter uma rotina de consultas a um oftalmologista. A consulta periódica permite identificar essa patologia e também muitas outras condições comprometedoras da qualidade da visão.
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