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A tecnologia está cada vez mais presente no cotidiano, facilitando várias tarefas e atraindo a atenção de diferentes gerações para novas ferramentas e aplicativos. Os jovens brasileiros são considerados os principais usuários mundiais e apresentam uma dependência que se reflete em sala de aula.
Uma pesquisa da TIC Educação, com mais de 3 mil instituições, em 2023, apontou que o uso de celulares é proibido em 28% dos colégios brasileiros de ensino fundamental e médio, públicos ou particulares. Em outras 64%, o equipamento é liberado de maneira moderada, sendo restrito a momentos como intervalos, determinados espaços ou necessidades. Enquanto isso, apenas 7% das escolas não possuem qualquer tipo de regra para coibir o uso do aparelho em suas dependências, durante as aulas ou não.
O estudo ainda revela o aumento da popularidade proibição ao longo dos anos. Para turmas de até 5° ano, a proibição saltou de 32% para 43%, em três anos, mas entre aquelas que também oferecem o ensino médio, o salto foi de apenas 1%, chegando a 8%. O veto é mais frequente entre escolas particulares - 30%, espalhadas pelo território nacional, em menor quantidade, contra apenas 12% das estaduais e 33% das municipais.
O tema está sendo motivo de debate caloroso entre os profissionais da educação. Neste ano, por exemplo, a Prefeitura do Rio de Janeiro foi uma das responsáveis por reacender a discussão, após criar proibições limitando o uso para apenas antes do início das aulas. Já em São Paulo, a Secretaria de Educação adotou o bloqueio do acesso às redes sociais e outros aplicativos.
A preocupação se dá devido aos efeitos do uso excessivo das telas para informações e ferramentas no cotidiano das pessoas. No caso dos jovens, os riscos estão ligados à aprendizagem, uma vez que a produtividade é diretamente afetada, diminuindo, consequentemente, a atenção e a capacidade de memorizar informações.
Para se ter ideia, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) identificou que aparelhos eletrônicos impactaram a capacidade de oito em cada dez alunos brasileiros em prestarem atenção nas aulas, em 2022. Contudo, a escola não oferece apenas a aquisição de conhecimento teórico. Vale lembrar que os celulares são aparelhos individuais e também comprometem a capacidade de socialização.
Além de formar os alunos, preparando-os para o futuro e mercado de trabalho, a escola também é um espaço para a criação de laços e o desenvolvimento das habilidades de comunicação e socialização, dificultadas, quando a dependência digital cresce. Afinal, se torna mais interessante “navegar” pela internet, que conversar com os companheiros nos intervalos.
Infelizmente, o problema não ocorre somente no Brasil, uma vez que outros países também estão estabelecendo medidas drásticas. Os Estados Unidos, Finlândia, Holanda, França e Itália são exemplos de nações com políticas de proibição total ou parcial para uso do equipamento nas escolas.
O assunto é sério, pois se trata de um grande inconveniente entre os profissionais da área e responsáveis, preocupados com o futuro dos jovens. As telas não devem ser consideradas uma tecnologia completamente prejudicial, sobretudo porque, desde o início da pandemia, são cada vez mais empregadas em salas de aula, permitindo até mesmo, o ensino à distância. Contudo, ainda há muito para compreender sobre limites e benefícios, a médio e longo prazo.
A qualidade da educação, desenvolvimento de habilidades, inclusão e transtornos mentais são alguns dos temas do Brain Connection, o maior congresso internacional de educação no Brasil, que acontece em versão estendida, online, no dia 10 de novembro. Mais informações sobre o evento, como palestras, participantes e inscrições, estão disponíveis no site brainconnection.com.br.
*** Ângela Mathylde Soares, organizadora do Congresso Internacional Brain Connection, 10 de novembro, com inscrição pelo brainconnection.com.br
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