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O meio em que se vive influencia profundamente a qualidade de vida, por isso, é tão importante procurar ambientes com maior conforto e dignidade. Entretanto, a procura é desafiadora, quando a natureza passa por mudanças que afetam, até mesmo, a saúde mental. A Associação Americana de Psicologia (APA) denomina o medo de uma catástrofe ambiental de ecoansiedade. A condição não deve ser considerada uma doença e, sim, a constante sensação de ansiedade, frustração e pessimismo com o futuro climático.
As mudanças climáticas estão cada vez mais comuns, somadas à evolução tecnológica e a desastrosa influência humana, fica praticamente impossível reverter as consequências, sem a implementação de medidas globais. A natureza não pode ser controlada e cobra sobre as ações humanas. A PHD em neurociências, psicanalista e psicopedagoga, Ângela Mathylde Soares, recorda que, nos últimos anos, os fenômenos naturais causaram bastante insegurança, medo e ansiedade, em relação à possibilidade de um desastre natural.
O Brasil tem sofrido, principalmente, durante os períodos de chuva. Milhares de pessoas chegam a perder noites de sono com a expectativa de devastação, como deslizamentos de terra em cidades serranas, como Petrópolis, ou enchentes históricas no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e, atualmente, em São Paulo.
A crise climática é preocupação frequente entre jovens, conforme resultado de pesquisa publicada pela “The Lancet Planet Health”. O estudo de 2021 envolveu mais de dez mil adolescentes e jovens, de 16 a 25 anos, do Brasil e outros nove países. Os resultados mostraram que 59% deles se consideravam extremamente preocupados com o futuro em relação ao clima e, 89%, preocupados.
Os sentimentos mais expostos no levantamento foram que metade afirmou sentir, destacadamente, tristeza, ansiedade, raiva e impotência, diante de todas as mudanças e, 45% deles, confirmam que essas sensações afetam suas vidas.
O termo ecoansiedade é relativamente novo, porém, Ângela lembra que a psicologia possui o ramo da “ecopsicologia”, desde os anos 80, trabalhando exatamente a relação do ser humano com a natureza e como está diretamente conectado, em unidade e, não de forma independente.
Os fatores mais intensificadores da ecoansiedade estão no aumento da periodicidade de desastres ambientais, morar em locais de risco, consumo constante de informações sobre o tema, sentimento de impotência e experiências pessoais com tragédias.
A recomendação é se reconectar com a natureza em atividades ao ar livre, evitar um grande consumo de notícias e adotar hábitos positivos para o planeta, através de ações voluntárias e pessoais. Mesmo a proposta parecendo fazer pouca diferença, ajuda a pessoa a se sentir bem consigo mesma, afinal, pelo menos está fazendo sua parte.
A profissional acredita que é sempre importante buscar ajuda especializada para saber como controlar esses sintomas e conseguir melhor qualidade de vida. A ação é necessária, sobretudo, para quem percebe uma transformação incapacitante.
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