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Quase metade das mulheres do mundo (49%) se mostra preocupada com a segurança durante o trabalho. A informação foi divulgada pela pesquisa da consultoria Deloitte com mais de 5 mil mulheres de dez países, sendo 500 delas brasileiras.
Para a pesquisadora, psicóloga e advogada do escritório Vasconcelos Rodrigues de Oliveira Advogados Associados, Maria Inês Vasconcelos, a insegurança surge, principalmente, durante o trajeto para o serviço ou viagens profissionais, porém, também é bastante frequente no ambiente de trabalho, local em que podem ter de lidar com o assédio moral e sexual, agressões e até conviverem com o desrespeito a seus direitos, mesmo que estejam previstos na lei.
Para se ter uma ideia, o estudo apontou que uma a cada quatro mulheres (24%) afirmou já ter sofrido assédio ao atender clientes, 13% delas, de colegas de trabalho. Além disso, 13% afirmaram que o ato aconteceu durante viagens profissionais.
Em relação às agressões, o “mansplaining”, quando o homem tenta explicar algo para uma mulher sem considerar o conhecimento dela - que pode ser superior - e o “gaslighting”, um tipo de manipulação, abuso psicológico em que o agressor distorce informações ou as omite para benefício próprio, visando fazer a vítima duvidar de si mesma, foram vividas por até 35% das participantes.
Em relação ao Brasil, 40% das brasileiras confidenciaram já ter sofrido com algum tipo de assédio sexual e 60% delas não denunciaram a situação.
Muitas mulheres acabam se submetendo a esses tipos de violência pela necessidade de manterem o emprego, afinal, possuem obrigações e precisam do dinheiro para sobreviverem e, existe ainda, o medo de denunciarem e sofrerem algum tipo de retaliação. A sensação de culpa e a vergonha, como se de alguma forma, tivessem feito algo que incentivou a prática, também é comum.
Contudo, Maria Inês afirma que é importante prestar queixa nos diversos canais disponíveis. Ainda na empresa, a medida pode ser feita através da conversa com um superior ou no RH.
Outra opção é denunciar diretamente em órgãos governamentais, como o Ministério Público do Trabalho, Justiça do Trabalho e o Ministério Público Estadual e, inclusive, anonimamente. Ter dignidade no trabalho é um direito das mulheres.
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